Confia os teus cuidados ao Senhor, e Ele te susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado. Salmo 55:22

sábado, 15 de janeiro de 2011

Meditações matinais

16 de janeiro Domingo


Terminando Bem sua Peregrinação


Pois conheço Aquele em quem confio. 2 Timóteo 1:12, BV

Ali estava ele acorrentado numa masmorra fria, como se fosse um criminoso comum. Não sabia quanto tempo mais viveria, mas sabia que sua morte estava próxima. Também não sabemos quanto tempo depois de ter escrito a epístola a Timóteo ele foi executado.

Esse é o tipo de carta que você escreveria para seu amigo íntimo, com um nó na garganta. Quem sabe se ele estivesse ditando, mudaria o tom da voz nesse momento. Paulo estava escrevendo a um jovem que o havia acompanhado e o ajudara no ministério. Viajaram e trabalharam juntos, riram e choraram juntos. Quais seriam seus sentimentos e que emoções invadiram-lhe o coração naquele momento?

Numa de suas maiores afirmações de fé, ele disse: “Eu conheço Aquele em quem eu creio. Foi com Ele que me encontrei no caminho para Damasco, mas aqui estou como demonstração do Seu amor e da Sua graça.”

Quando dizemos que conhecemos uma pessoa, são duas as possibilidades: ou a conhecemos por informação ou pessoalmente.

“Ô, José Maria, você conhece o Richard Dawkins?” Posso responder que já li vários artigos sobre ele e sei que é um cientista darwinista. Ou posso dizer: “Sim, eu o conheço. Trabalhamos juntos, viajamos juntos e até acampamos juntos!”

Conhecimento baseado em leitura e informação não é completo. Mesmo no caso de Jesus, o conhecimento baseado em livros e hinos não é completo. Posso ler centenas de livros sobre Jesus, escutar centenas de hinos que falam do Seu amor e do Seu poder, mas Ele continuará sendo uma figura distante para mim.

O conhecimento completo, mesmo, é o conhecimento pessoal. Converso com a pessoa, posso me aproximar dela a qualquer instante, sem medir palavras e sem reservas lhe abrir o coração. Paulo ainda acrescenta: “Timóteo, não apenas isto, mas eu estou absolutamente confiante ‘de que Ele é capaz de guardar em segurança tudo quanto eu Lhe dei, até o dia da Sua volta’ (2Tm 1:12, BV)”. E deixa transparecer em suas palavras que o importante não é quanta fé nós temos, mas em quem está depositada nossa fé. Não é nossa fé que é poderosa, mas o Deus em quem depositamos nossa fé que é poderoso.

“Ao encontrar-se no lugar do martírio, [Paulo] não viu a espada do carrasco nem a terra que tão logo lhe haveria de receber o sangue; olhava, através do calmo céu azul daquele dia de verão, para o trono do Eterno” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 511, 512).

Ele conhecia Aquele em quem tinha depositado a fé.



17 de janeiro Segunda


Síndrome do Irmão do Pródigo


Nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, porque ele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado. Lucas 15:32

O post-scriptum (P.S.) que às vezes colocamos no fim de uma mensagem indica que estamos colocando alguma informação adicional. Tem efeito ampliador. A parábola do filho pródigo poderia ter terminado com a festa. Mas Jesus deixou para o grupo que O escutava um post-scriptum sobre o irmão mais velho do pródigo.

Afinal, não sejamos tão duros com o filho mais velho. Ele sempre chegava em casa no horário e nunca trouxe problemas para o bom nome da família. Mas um dia, vindo do campo (parece que era viciado em trabalho), ouviu música e sons de festa. Quis saber o que estava acontecendo. Um dos empregados lhe contou: “Seu irmão voltou, seu pai está dando uma festa e matou aquele novilho gordo.”

“Não acredito! Logo o novilho que eu tinha reservado para um almoço com minha equipe de trabalho!” Emoção à flor da pele, ele logo começou a despejar: “Mas que tipo de música estão tocando? Olha só a frivolidade! Será que alguém não vai tomar providências?” Ressentido e com raiva, não entrou. Quando o pai foi convidá-lo, nem o chamou de “pai”. Foi logo disparando: “Olha, eu trabalhei, eu nunca desobedeci, o senhor nunca me deu...”

Ele queria um relacionamento não baseado no amor, mas no trabalho. Mostrou que não perdoava o irmão pelo dinheiro que ele havia esbanjado, nem desculpava o pai pela graça que estava demonstrando para com o pródigo.

Criticamos o filho mais velho, mas quantos de nós temos traços de legalismo, fiapos de justiça própria e vestígios de orgulho pelos projetos que patrocinamos e por aquilo que fazemos. O irmão mais velho do pródigo é uma das melhores demonstrações daqueles que não dão lugar à graça de Deus em sua vida. A resposta do pai para ele foi: “Filho, eu valorizo mais nosso relacionamento do que o seu trabalho. Você tem acesso a todos os meus recursos. O que é meu é seu. Mas seu irmão está voltando, e não tem nada, senão a nós, sua família! Não é razão para celebrar? Sou eu que estou dando a festa. Venha! Você e eu temos que celebrar. Não é a festa do seu irmão, é a minha festa.”

E como termina a parábola? Suspense. Teria ele entrado ou não para a festa?

Deus hoje está pedindo que entremos e celebremos em família, para nos unir e nos regozijar com aqueles que estavam perdidos e foram achados.



18 de janeiro Terça


Vivendo com o Senso de Admiração


Atônitos e maravilhados, eles perguntavam: “Acaso não são galileus todos estes homens que estão falando?” Atos 2:7

Perplexos, atônitos, maravilhados, surpresos, não imaginavam como aquilo poderia ter acontecido. Essa foi a primeira avaliação do que havia ocorrido no dia de Pentecostes. E não era a opinião de apenas algumas pessoas, mas de toda uma multidão: “Você viu o que aconteceu? Nunca vimos algo assim! Fantástico! Eu não sabia que eles falavam outra língua. Que legal!”

E diante do que aconteceu, houve duas reações diferentes: a primeira foi a do grupo dos que surfavam na onda do assombro: “Puxa! Escutamos em nossa própria língua a mensagem de hoje! Veja como as pessoas estão mudando!” Era o grupo do “Oh! Que legal!”

O outro grupo era o daqueles que ficam à beira da praia, o grupo do “ti-ti-ti”. Diziam: “Está fora dos padrões. É novo. É perigoso! Não é legítimo porque não tem a minha digital. Não estudamos esse assunto em comissão. Isso é atribuição do meu departamento, e eu nem sabia de nada.”

Eles não podiam suportar o fato de que alguma coisa nova e boa estivesse fora do seu controle. Certamente Deus não iria fazer nada que eles não soubessem. E acrescentaram: “Gente, está tudo explicado. É óbvio, eles estavam bêbados!”

Estamos no grupo dos que se admiram, que gostam das surpresas, ou no grupo que tem explicações para tudo?

Logo depois do Pentecostes, o cristianismo virou o mundo de cabeça para baixo. Era considerado perigoso e subversivo. Como o cristianismo é descrito agora? Em termos de conformidade. Significa ter boa reputação e não “sair dos trilhos”. A igreja hoje é descrita como uma cidade de refúgio, lugar aconchegante e de carinho. Isso também é verdade, mas não nos esqueçamos de que o reino de Deus é uma influência transformadora.

Mike Yaconelli dizia: “A igreja deve estar cheia de cristãos que fazem perguntas em lugar de procurar respostas; que procuram mistério antes de soluções; e que procurem assombro antes de explicações.”

Será que não podemos manter em nossa vida uma porta aberta para a maravilha que são especialmente as pessoas com as quais convivemos e trabalhamos? Devemos somar, demonstrar a cada uma delas nosso senso de admiração, e não limitar em nossa mente as expectativas daquilo que elas devem ser.

Jesus nos desafia a abrir espaço em nossa vida para esse senso de admiração e fascínio ao percebermos a atuação da graça de Deus na vida das pessoas.



19 de janeiro Quarta


Tribo de Issacar – um Referencial


Da tribo de Issacar, duzentos líderes e os homens comandados por eles. Esses líderes sabiam o que o povo de Israel devia fazer e a melhor ocasião para fazê-lo. 1 Crônicas 12:31, 32, NTLH

Um dos livros no qual emperramos quando estamos lendo a Bíblia em sequência é o de Crônicas. Parece ser uma repetição de episódios ocorridos desde Josué até Reis, interrompida por uma série de genealogias e listas do contingente militar de cada tribo. Os tradutores da Septuaginta (que traduziram o Antigo Testamento para o grego) chamaram o livro de “coisas omitidas”, e o consideravam quase um suplemento.

Mas, em meio aos nomes e os números, existe uma pedra preciosa engastada: é o capítulo 12 de 1 Crônicas. Ali está uma representação das doze tribos que constituíram a Davi rei sobre Israel. Alguns nomes são salientados pela sua bravura. Compõem uma espécie de Dream Team. Os melhores entre os melhores. Mas, no meio desse time de valentes, havia alguns cuja especialidade não era a natação, o arco e flecha, nem a luta livre. Era um grupo diferente. Especial. Homens dos quais o texto diz que “sabiam discernir os momentos em que Israel devia agir e a maneira de fazê-lo” (Bíblia de Jerusalém).

Tinham a sagacidade de parar e discernir tendências e perigos; os aspectos que necessitavam ser enfatizados. Estavam sintonizados e “internetizados” com as circunstâncias e os eventos que os rodeavam.

Saber o tempo certo, a melhor ocasião, é importante não apenas numa posição de liderança, mas no dia a dia, ao tomarmos nossas decisões.

Lawrence Peter, em seu livro A Competência ao Alcance de Todos, diz:

“A decisão de fechar a porta do estábulo antes de pôr lá dentro o cavalo é tão mal calculada quanto fechá-la depois que o cavalo foi embora.”

De um lado, temos os apressadinhos, intempestivos, que se autodenominam dinâmicos: “Não podemos perder essa oportunidade; tem que ser hoje.” De outro, existem aqueles que se movimentam em outro ritmo. Vagarosos, na velocidade de um iceberg, acomodados. São chamados pelos colegas de “metódicos”.

Hoje você enfrentará situações que vão requerer tomada de decisões, saber o que deve ser feito e quando deverá ser feito. Que Deus lhe dê discernimento para escolher o melhor, na hora certa.



20 de janeiro Quinta


Como Ganhar Perdendo


Disse o homem: “Seu nome não será mais Jacó, mas sim Israel, porque você lutou com Deus e homens e venceu.” Gênesis 32:28

Em suas biografias, a Bíblia não trata de esconder quem verdadeiramente eram as pessoas cujas vidas ela relata. Há, por exemplo, mais capítulos em Gênesis dedicados a Jacó e sua família do que a qualquer outro patriarca. É o único que vemos em ação como criança, jovem, marido e pai. Pela graça, tornou-se pai das doze tribos de Israel e ancestral de Jesus.

O rabino e escritor Harold Kushner, em seu livro Que Tipo de Pessoa Você Quer Ser, menciona que escutou certa vez um psicólogo estabelecer um contraste entre dois tipos de moralidade. “Existe a moralidade da esperteza e da sagacidade, em que ter sucesso significa levar a melhor numa interação com outra pessoa por meio de um negócio feito com astúcia ou de uma resposta esperta. Nesse tipo de moralidade, o pior pecado é deixar alguém tirar vantagem de nós, e a pior punição é a vergonha quando outras pessoas nos desprezam por terem levado a melhor. Há também a moralidade da integridade, em que o bem maior é a consideração pelos outros e a pior punição é a culpa quando nos desprezamos pelo que fizemos.”

“Esperteza” é a palavra que se enquadra bem na personalidade de Jacó. Quando as coisas não andavam como ele queria, encontrava um jeito de manipular as circunstâncias para não sair perdendo.

Por meio da esperteza, aproveitou-se do irmão. Durante muito tempo ele teve que conviver com a realidade de ter enganado o irmão, tirando-lhe a primogenitura e todos os privilégios que ela trazia. Para complicar, enganou o pai e dividiu a família. Mas Jacó era do tipo que nem perdia sono por isso. Chegava a dormir até mesmo com um travesseiro de pedra e a ter bonitos sonhos.

Por mais esperteza que quisesse demonstrar, tinha dentro de si o conflito de conseguir a qualquer custo o que quisesse, mas ao mesmo tempo se sentia insatisfeito pelo que havia feito. Esse conflito se aprofundou até que chegou ao auge, no momento da luta com o anjo. Da última vez, quem lhe perguntara o nome fora o pai. Sua resposta foi: “Esaú”. Agora, porém, admitia quem realmente era. Quando o anjo lhe perguntou qual era seu nome, estava em verdade perguntando: “Que tipo de pessoa você é? Você está vivendo de acordo com seus valores?”

Deus tomou a iniciativa de ir ao encontro de Jacó. Ao lutar com Deus, o egoísmo e a autossuficiência deram lugar à nova natureza. E Jacó ganhou um novo nome e um novo coração.



21 de janeiro Sexta


O Casamento do Século


E o anjo me disse: “Escreva: Felizes os convidados para o banquete do casamento do Cordeiro!” Apocalipse 19:9

Entre os casamentos famosos que esbanjaram gastança estão o de Liza Minelli e o de Paul McCartney, com despesas de mais de três milhões de dólares, e o do príncipe herdeiro do Brunei, que custou cinco milhões de dólares. Mas o que esbanjou dinheiro mesmo foi o casamento duplo de dois filhos de um dos maiores empresários da Índia, no ano 2004, e que não foi superado até hoje. Estavam presentes dez mil convidados e a música foi apresentada pela Orquestra Sinfônica do Reino Unido. Custou 128 milhões de dólares.

Todos gostam de assistir a casamentos. Eles são sempre marcados pela expectativa e pela antecipação. Os acordes da marcha nupcial começam a tocar. A porta da igreja se abre. Os convidados se colocam de pé e olham para trás. Então, no fundo da igreja, aparece ela, vestida de branco. A noiva é o centro da festa e irradia a maior das alegrias naquele dia.

Esta é uma das razões pelas quais as pessoas gostam do livro de Apocalipse: ele aponta para a vitória final, a vitória de Cristo sobre o pecado. A consumação de todas as esperanças está nesse banquete de casamento em que Cristo estará recepcionando Sua igreja. Por isso, essa é a festa que os santos de todos os tempos estão esperando.

Qualquer festa que você imaginar, seja a entrega do Oscar, do Grammy, a coroação de uma rainha ou o casamento de uma celebridade, todas parecerão festinhas de fundo de quintal diante da maior festa nupcial de todos os tempos. É o casamento que está prestes a se realizar e será realizado no Céu, quando Noivo e noiva se unirem para sempre.

Para a pergunta: “Tudo pronto para o casamento?”, podemos ter três respostas: primeiro, dos convidados, que dizem: “Estou me programando”. Da noiva, que vai falar de uma lista de coisas que ainda precisam ser feitas. E do noivo, que vai dizer: “Estou pronto faz uma semana.”

As vestes para esse banquete não precisarão estar com ouro engastado, nem revestidas com pó de diamante. “Depois disso olhei, e diante de mim estava uma grande multidão [...] com vestes brancas” (Ap 7:9). “Regozija-se a minha alma em meu Deus! Pois Ele me vestiu com as vestes da salvação e sobre mim pôs o manto da justiça” (Is 61:10).

Você está pronto para ser um dos convidados dessa festa?



22 de janeiro Sábado


O Capitão Pode Chegar Hoje


Vocês também precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam. Mateus 24:44

Por trás das notícias e manchetes dos jornais e noticiários, está o incessante tique-taque do relógio de Deus indicando que estamos nos momentos finais da história da Terra. Parece que a natureza está demonstrando que o desrespeito às leis do meio ambiente tem limite. Transgredimos essas leis e por isso a própria natureza está se rebelando.

Mais do que fazer um levantamento detalhado de quantas enchentes, terremotos, tufões e incêndios de floresta estão acontecendo, vamos checar como está nosso preparo. Que área da minha vida precisa ser atendida a fim de que eu esteja preparado quando Jesus regressar?

Peça a Deus que o ajude a identificar suas falhas de caráter, más tendências a abandonar e coisas que devem ser mudadas. Melhore a qualidade de seu relacionamento com Deus.

Jesus adverte para que os cuidados da vida, posses, investimentos, diversão não ocupem nosso tempo de tal maneira que deixemos a volta de Jesus em segundo plano.

Os treinadores de maratonistas dizem que não se deve treinar o percurso total dos 42 quilômetros da corrida, mas, no máximo, de 30 a 32 quilômetros. Dez a doze quilômetros serão totalmente desconhecidos. O atleta sabe que vai ser difícil, mas se treinou o suficiente, sabe que conseguirá chegar até o fim. Jesus descreve o período que antecede Sua volta como se fossem esses quilômetros totalmente desconhecidos, com acontecimentos nunca vistos pela humanidade.

O explorador da Antártida, Sir Ernest Shackleton, foi certa vez compelido a deixar alguns de seus homens na gélida e barrenta Ilha Elefante, com a intenção de voltar até eles quando estivesse regressando à Inglaterra. Porém, contra sua vontade, ele se atrasou. Na época em que pretendia fazer a viagem, o mar estava congelado, impedindo o acesso aos homens. Após três tentativas, Shackleton finalmente partiu para a ilha onde encontrou seus homens não apenas vivos, mas totalmente prontos para embarcar. “Como vocês sabiam que eu chegaria hoje?”, ele perguntou. “Não sabíamos”, um deles respondeu. “Mas a cada manhã nosso líder enrolava seu saco de dormir e dizia: ‘Aprontem-se, rapazes, o capitão pode chegar hoje.’”

O segredo de convidar Jesus para viver em nossa vida é estar preparado, cada dia, para recebê-Lo.

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